24.2.07

As cinco pérolas do espírito português

O Ministério da Cultura está a apoiar a iniciativa Sete Maravilhas de Portugal, promovida por um consórcio. O objectivo é escolher os sete monumentos mais relevantes de Portugal. Mais uma vez, o homem privilegia a obra, cimento e esquece a nobreza do espírito destes mui nobres aventureiros que partiram à descoberta. Uma lacuna que me proponho a colmatar com a selecção das... cinco pérolas do espírito português (o número é diferente, mas vale a originalidade):

- "Então está tudo bem? Ah, mais ou menos!"
Para o típico português nunca está tudo bem, há sempre um menos bem. Mas porque é que está menos bem? Nunca sabe, mas deve haver algures alguma coisa menos bem.

- "Fazemos isto hoje. Mas para quando é? Para daqui a uma semana. Então ainda temos muito tempo"
Trabalhar com uma semana de antecedência é uma miragem. Se é só para daí a uma semana, faz-se um dia antes que ainda vai a tempo.

- Os diminutivos: cafezinho, bolinho.
O povo português propalado de alma grande revela-se pequeno sempre que se trata de pedir um café ou um bolo. Talvez algum trauma.

- Um autarca que é investigado por corrupção é uma garantia de reeleição.
Até poderia estender-me neste item, mas parece-me desnecessário recomenda-se apenas uma espreitadela por alguns jornais.

- Teve um acidente e partiu uma perna! Coitado podia ter sido bem pior
O português nunca fica contente com o que tem. Prevê sempre o pior, sobretudo, em casos em que o susto foi maior do que a desgraça.

3 comentários:

Sandra Gomes disse...

Olá! Algumas das coisas que falas bem que se sentem por estas bandas. Digamos que os portugas sabem bem fazer valer a sua cultura. Nos serviços públicos é muito pior que em Portugal: a papelada em cima das mesas, a lentidão, a burocracia. Tá-se bem! Amanhã também é dia:)

Anónimo disse...

...MEC coff coff

Anónimo disse...

Faltam-te algumas, naturalmente, por uma questão de forma: eu entendo que é complicado colocar 8, 9 ou até 30 maravilhas, quando o propósito é falar só de sete. Por isso que vai mais uma:

- Síndrome mania das grandezas e a sarjeta:
“Ah e tal, ganhamos 1-0 à selecção do Turquemenistão, viva, viva, se não temos a maior equipa do mundo andamos lá mesmo muito perto. Não! Minto, somos mesmo os maiores do mundo!”; “Eh pá, perdemos 1-0, com um golo marcado em fora-de-jogo e já nos descontos, por um jogador que devia ter sido expulso do jogo, contra os campeões do mundo… não valemos nada, pá, os nossos jogadores são muito fraquinhos…”.