9.11.06

Pai Natal e Menino Jesus trocam "prendinhas"

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez decretou que, em nenhum edifício público do país devem ser usadas decorações contendo imagens ou bonecos do Pai Natal, refere o Público, de 9 de Novembro. Declarado anti-americano, Chávez determinou que os símbolos da tradição natalícia americana fossem substituídos pelos presépios com o Menino Jesus nas palhinhas deitado e outros elementos que caracterizam a tradição natalícia da Venezuela. Uma decisão, que o chefe da nação justificou com a necessidade de "restaurar as tradições nativas".
O boicote ao Pai Natal poderia deixar muitas crianças tristes, mas enquanto proíbia o Pai Natal, o Governo de Chávez tratou de compensar os pequenos, oferecendo a cerca de um milhão de papás funcionários públicos e reformados o equivalente a três subsídios natalícios. Uma prenda que costuma cair no sapatinho apenas no último mês do ano, mas que para deleite de muitos foi antecipada e entregue, curiosamente, a poucos dias das presidenciais venezuelanas, marcadas para 3 de Dezembro.
Mas importa focar atenções na nobre intenção do presidente venezuelano de "restaurar as tradições nativas". A decisão avançada pelo diário venezuelano Últimas horas, citado pelo Público, poderá implicar o fim de uma carreira de sucesso do velhinho de barbas brancas vestido de vermelho pela Coca-Cola, não pela idade avançada que tem, mas porque se outros países seguirem o exemplo, em nome da preservação da identidade de cada nação, a figura bonacheirona do Pai Natal poderá ser extinta. Recorde-se que "num mundo cada vez mais globalizante, os países devem distinguir-se do todo, apostando no que lhes é intrínseco, no que constitui a sua cultura identitária”. Entendi que o melhor seria colocar esta afirmação entre aspas, porque já a ouvi imensas vezes, não posso citar os autores, porque quase todos, que se preocupam com a afirmação da cultura portuguesa, costumam citá-la.
Por outro lado, o embargo ao Pai Natal pode sair caro a Hugo Chávez. As próximas gerações poderão acusar o presidente da Venezuela de ter aberto um inusitado conflito natalício. A temática não é nova, mas ganha redobrada importância a poucos dias do Natal.

Decidido a pôr fim ao idoso senhor que apesar da barriga, agilmente, desce pelas chaminés de 24 para 25 de Dezembro, Chávez poderá ao mesmo tempo abrir as hostilidades entre o Pai Natal e o jovem Menino Jesus nas palhinhas deitado. O eventual conflito está já a ser antecipado por especialistas em conflitos natalícios, que avançam a iminência de uma invasão de Belém, pelo Pai Natal. Para já, o Menino Jesus poderá levar um avanço neste conflito a avaliar pela idade física. As melhores músicas são também as do Menino Jesus. Importa ainda referir que, enquanto o Pai Natal distribui presentes, o Menino Jesus tem ouro, que os três reis magos lhe ofereceram quando nasceu. Uma vantagem decisiva na hora de convencer os adultos e, por consequência, as crianças.
No entanto, há que contar com o exército de ajudantes do Pai Natal, os duendes que se dedicam a embrulhar presentes. Apesar da simpática tarefa destes ajudantes, é necessário não descurar que estes corajosos são também conhecidos como exímios atiradores de bolas e pinheiros de natal. Também o frio que se faz sentir em alguns países poderá ser uma vantagem para o Pai Natal que, naturalmente, tolera melhor as baixas temperaturas, enquanto o Menino Jesus para sobreviver ao frio teve de ser aquecido pelo bafo de uma vaca e um burro, uma vez que a única peça que o protegia era uma espécie de tanga. Ao lado do Pai Natal estará também a temida Mãe Natal, que, apesar de ser vulnerável, dada a sua dependência pelo incenso (há sempre um pauzinho a ser queimado no Pólo Norte), é reconhecidamente, uma óptima cozinheira e destaca-se na arte de atirar tachos.
Os especialistas dividem-se quanto à eventual duração do conflito. Reina também a dúvida quanto à existência de armas de destruição maciça. Correm rumores de que o Pai Natal terá contratado Donald Rumsfeld, agora no desemprego, para convencer as Nações Unidas pelo Natal (NUN)da existência das ditas cujas em Belém.
Alguns pedopsiquiatras estão preocupados com o impacto do conflito junto das crianças, sobretudo, as que se portaram bem durante o ano, já que se poderão sentir muito defraudadas. É que os presentes que o velhinho de barbas brancas costuma deixar em troca de um copo de leite e um prato de bolachas podem não aparecer na manhã de 25 de Dezembro. No entanto, este blogue apurou, que o Super-Homem já se ofereceu para conduzir as renas. Esta é uma boa notícia. Enquanto o Pai Natal e o Menino Jesus trocam... "prendinhas", os mais pequenos podem estar descansados que as prendas, ou melhor, o Natal está a salvo.

1 comentário:

Raimundo disse...

o super-homem morreu pá!